A alteração na legislação relativa ao divórcio a partir de 1975 explica em grande parte a subida das taxas de divórcio verificadas em Portugal desde aquele ano. Assim, passou-se de uma taxa de 0,15 por mil habitantes em 1975 para uma taxa de 1,8 em 2001. Neste ano, de acordo
com os dados do censo, existiam 1,9% de divorciados e 0,7% de separados.
Quanto à relação do divórcio com a duração do casamento, verificou-se em 2001 que 18,3% ocorreram nos primeiros quatro anos de casamento e que 26,5% ocorreram depois de 20 anos de casamento. As razões do divórcio não parecem, assim, estar relacionadas com a
duração do casamento. Elas têm sido relacionadas principalmente com o aumento da esperança de vida, com a crescente autonomia económica da mulher e com a satisfação no casamento, principalmente a satisfação sexual.
As mesmas razões parecem ocorrer em outros países da Europa Ocidental.
O argumento de que o aumento das taxas de divórcio se poderia dever a uma menor importância do casamento, tem sido rejeitado por diversos autores, uma vez que as pessoas que se divorciam mostram tendência para casar de novo. É o que parece acontecer em Portugal. Considerando o estado civil anterior verificamos que, nos casamentos realizados em 2003, 10,8% dos homens e 8,9% das mulheres eram divorciados. Também no mesmo ano, 1,4% dos homens que casaram eram viúvos, o mesmo acontecendo com 0,9% das mulheres. Se nos reportarmos às estatísticas de 2001, podemos verificar que 35,6% de todos os homens viúvos ou divorciados voltaram a casar no prazo de um ano o mesmo tendo acontecido com 25,8% das mulheres nas mesmas categorias. Cerca de metade dos que eram viúvos (51,6%) tinham menos de 50 anos e no caso dos divorciados 56,5% tinham menos de 40 anos. Verificou-se também que a maior parte das viúvas e das divorciadas voltou a casar com homens do mesmo grupo de idade ou mais velhos, excepto as viúvas com mais de 64 e as divorciadas com mais de 69 anos que casaram preferencialmente com homens mais novos.
Fonte: A família portuguesa tendências actuais. (2004). Consultado em 5, Maio, 2011. Disponível em http://ww3.scml.pt/media/revista/rev_14/Familia_portug.pdf
Fonte: Torres, A. (1999). A Família. Consultado em 5 de Maio, 2011. Disponível em http://analiatorres.net/pdf/Aumento_do_divorcio.pdf
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